Amizade para Deus

A amizade pode ser um caminho de salvação ou de condenação. Para São Francisco de Sales, os amigos se animam e conservam-se no serviço da fé. Isso é possível porque nenhum de nós é como o personagem do filme “Náufrago”, que está afastado da convivência, após um acidente, a partir do qual aparece em uma ilha, sozinho, com uma bola de voleibol, chamada Wilson, com o que começa a conversar.

Ao contrário do personagem do filme, somos influenciados por outros, e os influenciamos, mesmo sem ter consciência de, e como fazemos. Por isso tanta insistência de bons e santos testemunhos: o “sede santos” é um mandato, na Escritura e no Cristianismo, que permite brotar uma árvore no meio de um deserto. Por meio de uma relação de amizade que conduz para Deus, podem brotar duas, três ou muitas… E nisso gosto de lembrar de São Francisco de Sales em sua relação com Santa Joana Francisca de Chantal, a quem acompanhou espiritualmente, bem como São João Bosco, que, mesmo vivendo três séculos depois, certamente cultivou a amizade com o bispo santo.

Todos, que temos amigos, sabemos como é bom ter em quem confiar, com quem se divertir, passar o tempo… Mas a beleza da amizade se expressa quando um edifica o outro, sustenta nas dificuldades da caminhada, divertem-se sem perder de vista o serviço a Deus e aos irmãos e a finalidade da nossa existência: ir ao encontro de Deus e com Ele viver na felicidade de sua presença na eternidade.

Caso tenhamos dificuldades para discernir se são boas ou não as nossas amizades, o critério de discernimento é, em uma pergunta: “Esta amizade nos direciona ao caminho do Evangelho?”. Se não me leva ao Senhor, devo me afastar para pegar o impulso de uma corrida, e quando estiver com maior clareza e firmeza no caminho, correr para frente com tal força que possa impulsionar, para Deus, este meu amigo que está interiormente distante do Senhor. Do contrário, até mesmo a árvore que se preparava para brotar no deserto, morrerá antes de crescer.

Que as minhas e as tuas amizades sejam purificadas e edificadas no caminho do Evangelho, para que, juntos, mudemos o deserto, que nos circunda, em uma vasta floresta: nós e nossos amigos.

Sem. Jadson Santos

Diocese de Bonfim (BA)
1º de Teologia, 2018

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